
Dr.Antônio Tomaz – APRESFISIO/RN
Não saímos da academia com um olhar para o coletivo. Parece que o senso individualista fala mais alto. Queremos a toda prova ganhar dinheiro já, “na minha clínica, no meu consultório”. Com o passar do tempo, chegamos a uma realidade vivida por quem já trilhou o caminho… Tentamos segurar um status que nos parece um fardo. Aí, eis que um amigo, menos carregado de pudor, nos fala de suas dificuldades, ouvindo aquilo como se estivesse a falar da nossa rotina pessoal; das nossas lutas, dos nossos insucessos, tudo muito igual. Resolvemos então, quebrar o gelo e dizer que conosco também acontece algo semelhante, porém não falo tudo, tentamos segurar o orgulho de que sabemos como driblar as dificuldades, com ideias que só a mim pertencem.
Até que não aguentando mas resolvemos abrir o jogo: “está tudo muito ruim, as ops não dão a mínima para os nossos pedidos, ameaçam, desdenham, sapateiam em cima da situação, enquanto buscamos bravamente algumas poucas estratégias junto a outros colegas com mais experiência…”.
Não muito longe disso tudo, alguns mais amadurecidos, tentam se organizar e abrem suas caixas pretas: contas a pagar, receitas insuficientes, valores remuneratórios muito baixos, contratos leoninos, clínicas e consultórios fechando suas portas, alguns ainda resistindo mesmo sabendo que custeiam as OPS com seus valores aviltantes…
Descobrimos que temos um referencial de honorários; que não estamos na TUS (o que é mesmo isso?); que nossas tabelas são médicas; que infringimos a vida toda, o nosso código de ética; que ANS regula tudo (regula o que?); que nem temos representantes lá (na ANS); que não temos reajustados os valores das tabelas, pelas OPS e que estas não podem funcionar sem fisioterapia; que elas (OPS) estão organizadas em associações, federações e nós não; que as OPS são muito fortes e nós (sozinhos), não.
Então… Entendemos que para sermos fortes temos que nos unir. Unirmo-nos uns aos outros; formarmos associações, que estas precisam se unir a outras, orientadas por uma federação. Surge assim, uma palavra que agrega tudo isso: associativismo: que de modo muito simples traduz-se pela união de pessoas em prol das mesmas metas, de forma organizada. É desse modo que renascemos em grupo, com o olhar voltado para o mesmo horizonte,
Precisamos cada vez mais nos informar; formar uma consciência política e empreendedora. Um batalhão de verdadeiros empresários, que negociam seu labor com dignidade, sem pedir. Negociando, de verdade.
Por Antonio Tomaz de Aquino
Presidente da APRESFISIO/RN
Muito coerente esse relato, mostra fielmente como se comporta a nossa classe.
Parabéns!!!
Parabéns ao Dr. Tomaz, militante da boa Fisioterapia, pela reflexão. Afinal, a união faz a força! Abraços!
Dr.Tomaz, incansável na luta em favor de nossa autonomia. Parabéns Dr.Tomaz!
Excelente comentário! Realmente alguns fisioterapeutas sofrem de “hipocrisia profissional”, passam por dificuldades financeiras, mas não admitem que nossa remuneração, seja por salário ou por valor pago pela sessão dos convênios é uma VERGONHA! A classe ainda não se reconhece e consequentemente não somos reconhecidos ! Precisamos cada vez mais de informações e principalmente de fisioterapeutas que agreguem, para que juntos possamos ter força para lutar, e mais do que isso, conquistemos nosso devido valor, não apenas enquanto profissionais e profissão de grande importância na saúde brasileira (até porque nessa seara já conseguimos avançar bastante), mas também com relação aos valores dos nossos honorários! Pois o reconhecimento de uma profissão passa sim, pela remuneração!
Adorei seu comentário Mara, bem claro e objetivo. Convide seus amigos para conhecer e comentar em nosso blog, será sempre um prazer. Abraços.